domingo, 29 de junho de 2008

[.Dúvidas às 22h40.]

... dá certo planejar o futuro?

... viver o hoje? Ou o amanhã?

... ter a certeza de que ainda é cedo, ou a incerteza de que já é tarde?

... buscar todas as respostas? Analisar todas as perguntas?

... saber que nada é eterno? Aceitar que nada é eterno?

... dar valor a um sorriso? Realmente dar valor a um sorriso quando se está à beira de lágrimas?

... os amigos? ...

... uma palavra pode mudar tudo? Duas? Três?

... e quando o tudo não é o bastante? E quando nada é o suficiente?

... e quando o vazio volta a tomar seu lugar? E quando são diversos vazios?

... o cansaço é sinal de quê? E a preguiça?

... as coisas fazem sentido? Elas farão em algum momento?

... buscar o sentido das coisas?

... viver, simplesmente?

... e a falta? O que fazer com ela?

... as coisas que dão errado sempre darão errado? Em algum momento tudo dá certo?

... acreditar?

... qual é o limite? Existe limite?

... e a indecisão?

... e a complexidade? E o querer entender?

... e os sentimentos? ...

... e a dúvida eterna? É possível uma dúvida eterna?

... o amor-próprio?

... a felicidade?

... até que ponto? Qual é o ponto?

...

...


Tantas perguntas para um pessoa só...



por Gabi.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

E já se foi o primeiro semestre...

Parece que foi ontem que eu perdia noites de sono pensando em como seria o trote da faculdade. *Sim, sou dessas que não dorme por qualquer frescura.*

E, no entanto, o trote foi tãããão divertido. Tirando a parte da tinta no cabelo, claro.

Contudo, da mesma forma que começou, o semestre passou extremamente rápido.

As primeiras semanas, a calmaria. Depois, trabalhos e mais trabalhos. Seminários, resumos.

Faculdade é coisa de gente doida. E, como esta que vos escreve já não é normal, na faculdade ficou pior.

... a vez em que, numa das primeiras aulas de Fotografia, fomos literalmente caçar pessoas pelo campus para servirem de modelo enquanto fazíamos nosso trabalho;

... a vez em que fiquei presa no bueiro da faculdade;

... a sensação estranha de que o banheiro era comunitário na primeira vez em que pisou-se no recinto e ouviu vozes do sexo oposto dentro do banheiro;

... a vez em que quase revivi o Titanic no banheiro, por culpa de uma descarga exagerada;

... a vez em que a Dri disse que eu quebrei a pia do banheiro, só porque na noite seguinte a que eu a usei, ela desapareceu do local;

... o eterno preconceito com o sabonete branco;

... o período em que a Dri queria me jogar no laguinho da Facul só pra ter uma reportagem decente;

... o aniversário da Vivi, o meu e o da Ju;

... as fofocas maldosas – e, diga-se de passagem, foram muitas – sobre assuntos aleatórios;

... os desenhos na lousa da Facul, que sempre têm de ser trágicos;

... os bilhetinhos trocados durante as aulas; podemos fazer um livro já!

... momentos tensos antes das provas – mesmo que eu sempre vá dar uma voltinha para passar a tensão;

... os rôles de vassoura;

... o dia em que eu a a Dri nos perdemos enquanto procurávamos o corredor de PP;

... a máxima ‘Te convido para um duelo.’;

... as piadinhas fora de hora;

... as piadinhas na hora certa;

... a eterna sensação de que ficou, e ficou bonito ainda, de exame em História da Arte;

... o alívio quando a nota de História da Arte veio, depois de uma prova de Política;

... o choro, a risada, o choro, a risada;

... os passeios ao shopping;

... o Mc Donald’s e a comida Japonesa;

... a vez em que pulei corda com o cachecol cor-de-rosa da Dri;

... os eternos bolinhos xD;

... as filosofias;

... as batatinhas do tio do estacionamento antes de começas a aula;

... o tumultuo da lanchonete para se comprar uma sfiha;

... a coca-cola;

... a casquinha do Mc Donald’s;

... as conversas de Janela;

... o fato de que nos tornamos fumantes passivos devido ao nosso corredor ser o Fumódromo da faculdade – até porque, todo mundo vem fumar lá. Ninguém se contenta em fumar no seu próprio corredor. ‘Vamos para o corredor de Jo e RTv’. =P

... as dores de cabeça por causa de seminários;

... a idéia de criar uma linha de ônibus só para que eu não tenha que pegar o Praça da Sé e chegar ou extremamente cedo na Facul ou, quando ele resolve me passar a perna, atrasadíssima;

... o alívio repentino por perceber que já se foi um semestre; agora, férias;

... a tristeza por saber que toda essa gente já faz parte do cotidiano, e, por hora, isso está suspenso;

...

Porque, afinal, eu aposto corrida para ver quem chega primeiro no bebedouro que tem a água melhor, mas as pessoas definitivamente são estranhas.


por Gabi, que poderia passar o dia escrevendo
as aventuras do primeiro semestre de faculdade; mas se
contenta com essas, por enquanto.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

.Sonhos.

Qual é o limite entre sonho e realidade?

O que delineia o imaginário e o real?

Qual é a linha tênue que separa a imaginação da razão?

Existe uma linha tênue?

...

Nesse mundo completamente estranho, existe um variado tipo de pessoas. Mais especificamente, há aquelas que acreditam que os sonhos têm significados, e há também, em contrapartida, aquelas que simplesmente sonham.

Eis que surge a questão: ‘E aí? Os sonhos têm significados ou não?’

...

Os sonhos devem significar alguma coisa?

...

Qualquer busca pelo Google leva a dezenas – se não centenas – de páginas que vão desde associar momentos, sentimentos e objetos presentes no sonho a um significado, até a busca pelo entendimento do contexto geral do sonho.

Será que sonhos são somente sonhos? Ou será que devemos compreendê-los?

Já ouvi muitas pessoas dizerem que os sonhos são simples reflexos das nossas preocupações. É tiro e queda: tem alguma coisa te preocupando? Prepare-se para sonhar com ela.

Alguém também já disse que os sonhos são a maneira que nossa mente encontra para nos deixar feliz. Quando se quer muito uma coisa, é por meio do sonho que a conseguirá primeiramente.

Também já ouvi que se seu dia foi ruim, certamente terá pesadelos; se foi bom, poderá dormir em paz.

...

Vai ver essa coisa de sonhos faz tanto sentido quanto querer levar a vida baseada nos signos.

Vai ver não faz sentido entender os sonhos.

Vai ver não faz sentido lembrar dos sonhos.

Vai ver nada faz sentido.

...

Que esta que vos escreve deixe de sonhar.




por Gabi, que tem sonhado coisas estranhas e, da última
vez que sonhou, a única coisa que ganhou foi
uma bela dor no pescoço.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cheiros...

Acredito que, por ser uma míope em potencial, tiveram pena de mim e disseram: ‘Gabriela, você vai ter um olfato até que bom’.

Tá, não deve ter sido assim.

O que ocorre é que para compensar a cegueira noturna – quem vê pensa que realmente sou cega – tenho um olfato extremamente perfeito e, como se não bastasse, exigente.

Pode parecer coisa de louco, ficar prestando atenção em cheiros.

Juro. Não é de propósito. Se pudesse e soubesse como, pararia com essa história de associar cheiro à lembranças, ou lembranças a cheiros.

Tem uns que são realmente importantes, e que, antes que se possa parar e pensar, já formaram imagens e trouxeram lembranças.

Cheiro de pão de queijo quentinho sempre me lembra uma determinada cena: quando mamis estava grávida do pentelho que sou obrigada a aturar, uma vez meu pai trouxe pão de queijo quando voltava do trabalho. Lembro que estava sentada no braço do sofá, brincando com as milhares de barbies. Não que meu pai nunca trouxesse pão de queijo. RS. Mas essa cena em especial me marcou.

Cheiro de grama recém cortada me lembra uma chácara em que eu fui uma vez, quando era pequena, mas que não lembro onde, nem quando fui exatamente.

Cheiro de secador de cabelo sempre me lembra o único cabeleireiro que existe no Shopping Fiesta.

Cheiro de macarrão sendo cozido sempre me lembra feiras de anime e mangá *as trocentas em companhia do Luís*.

Cheiro de giz de lousa sempre me faz lembrar as amarelinhas desenhadas no meio da rua aqui de casa, na época em que as crianças ainda eram crianças; na época em que o ‘inferno’ desenhado no chão era sempre exageradamente maior que o ‘céu’.

Tintas com cheiro forte sempre me fazem lembrar quando mamis resolveu que iria pintar a casa, incluindo assim portas e janelas; chega a ser palpável a lembrança daquela maldita tinta marrom nas janelas.

Cheiro de sazon sempre me faz lembrar a mamis, principalmente do arroz amarelinho.

Cheiro de frango cozido sempre me faz lembrar o colegial: as manhãs em que a tia da cozinha resolvia que iria nos presentear com o cheiro do frango subindo até nossa sala, como se já não fosse suficientemente ruim ter que agüentar a barriga roncando em plena 8hrs.

Cheiro de noite fria sempre me faz lembrar o namorido.

Cheiro de sorvete de morango, chocolate quente, halls, Xerox recém tirada, caneta bic, amaciante de roupa, chá de erva cidreira, livro novo, coca-cola;

Cheiro de noite com neblina, as plantas na manhã seguinte;

Cheiros, cheiros, cheiros...

Vai ver eu tenha algum problema com cheiros...


por Gabi, que as vezes viaja perdida em meio a cheiros..

segunda-feira, 16 de junho de 2008

E o Carneiro vai ao Banho. No Frio.

No momento em que ouvi a voz da minha mãe ecoando pelo corredor, chegando ao quarto, percebi que deveria fingir que ainda estava perdida em sonhos.

Assim que me dei conta de que o já não poderia mais pular nas nuvens fofinhas, percebi que algo estava diferente: uma leve sensação de que estava frio – e esse frio transpassava meus cobertores.

Foi então que lembrei que teria de levar a cachorra para tomar banho. Olhei a hora no celular: 8h24. Ainda dava tempo de mais um cochilo.

Só que a mamis querida sabe que essa que vos escreve possui certas façanhas para não sair da cama, e já estava lá ela berrando para que eu não esquecesse o banho da cachorra.

Olho novamente a hora. 8h36. Se eu não saísse da cama nesse exato minuto, ia ter briga em casa.

E, para a minha extrema felicidade quando meus pés tocaram o piso do quarto, estava frio.

Me troquei e blábláblá. Fui saindo com a cachorra no meu encalço.

Contudo, assim que coloquei o pé na rua, dei graças a Deus por não ter mais que acordar 6hrs. Afinal, pobres dos que têm. RS.

E, como se já não fosse ruim o bastante levar a cachorra para tomar banho *nota explicativa: a minha cachorra não sabe andar na rua. Fica pulando de um lado pro outro que nem um carneiro serelepe*. Voltando, como se já não fosse ruim o bastante levar o carneiro saltitante para tomar banho, eis que, no meio do caminho, há um aglomerado de homens em meio a seu objetivo: arrumar o esgoto que vive escorrendo pela rua.

O problema não era exatamente um problema. Afinal, eles estavam ali, na esquina, arrumando o esgoto. O verdadeiro problema foi que, com o meu carneiro saltitante era realmente difícil passar por ali, pois eles estavam na esquina.

Mas, depois de uma manobra inusitada, eis que consigo levar o carneiro ao banho. E volto, sozinha, no frio.

Abençoado seja o frio.

Depois, ainda fui buscar o carneiro. Não há um leva-e-traz de carneiros. ¬¬

No frio.

Mas agora, o que realmente me espera, é o trabalho. Já estou me preparando aqui para virar um bolinho de tantas roupas que colocarei.

Porque, afinal, eu amo frio.

Mas odeio passar frio.


por Gabi, que hoje dá pulinhos de alegria por
não ter de aturar um calor desgraçado.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Para os que estão com o coração às moscas ultimamente...

"Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar.
Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.
Triiiiiiiiiiiimmm!
É sua mãe...
Quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras.
O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo... ... que você está de banho tomado e camisa, jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos Outros,... Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio uma locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria,
pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.
A primeira lição está dada: ... o amor é onipresente. Agora a segunda: ... mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde... depois de uma discussão e... as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista,
depois de aprovado no teste de baliza. ...
Idealizar é sofrer ! Amar é surpreender !"

(Martha Medeiros)

por Gabi, que felizmente... <3 ^^

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Insônia!

É a insônia tomando terreno em meio à tentativa de dormir.

São os sonhos roubados, os caminhos perdidos, os pesadelos incompletos.

É a falta do que não se compreende, daquilo que não se sabe, daquilo que não se tem.

É a dúvida que assola, é a incoerência.

É o momento que não se esquece, a ação que não se perde, a lembrança que não envelhece.

É o pensar no que aflige, no que impede a concentração, no que se perde a concentração.

É a tentativa de chegar ao entendimento de certas palavras, míseras palavras.

É a válvula de escape para se pensar na vida.

É o momento em que os pensamentos tomam forma, ganham vida.

É quando a dúvida aparece, a incerteza resolve fazer uma visita, e permanece.


É a insônia que trás a angústia do saber e não saber, do estar e não estar, do possuir e ao mesmo tempo não possuir.


É a insônia que mostra a inconstância dos pensamentos.


É a insônia que impede o pensamento racional, e abre espaço para divagações.


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Que ela desapareça, esta noite. Que não haja impedimento aos sonhos fofinhos. Que carneirinhos sejam o bastante. Que não seja necessário apelar aos pastores do rebanho, nem aos arames farpados existentes na cerca. Nem às árvores que possuem sombra, e em quais seria agradável repousar.

Que não seja necessário divagar entre os animais da Arca de Noé. Que não seja preciso contá-los.

Que o sono chegue.

Que se possa sorrir nos sonhos.

Que se dê descanso aos lábios, que somente sorriem nas últimas horas, e se dê espaço aos sonhos.



por Gabi, que está com insônia nas últimas noites, mas que
pretende fazer qualquer método sonífero eficaz
o suficiente para poder sonhar esta noite.
*alguém conhece alguma mandinga?*