Sentada novamente debaixo da mesma árvore. Algo que já se tornou rotina. Há alguns dias, as pessoas passavam e perguntavam o que ela tinha mas, quem disse que ela respondia?
Apenas ficava ali, sentada embaixo da árvore. Olhava para o horizonte como quem busca respostas que há muito não faziam questão de aparecer. Mas, se ela tinha alguma pressa para sanar suas dúvidas, certamente ninguém sabia.
Parecia exausta. Talvez de uma corrida, da subida de uma ladeira ou mesmo da vida. Quem poderia entender se ela não dizia? E triste, muito triste.
Toda manhã ela estava lá, debaixo da mesma árvore. Poderia estar esperando algo, alguém. Se fosse a segunda opção, certamente esquecera-se dela por tanta demora.
As pessoas foram se cansando de questioná-la e passaram a tratá-la como parte da paisagem. Afinal, nada de novo havia ali. Ela, por sua vez, passou a ver as pessoas como em um filme mudo. Um silêncio sem fim.
Dizem que o sol se foi por diversas vezes, as folhas das árvores caíram e o frio deu lugar ao calor mais de uma vez.
Esperando, talvez? Quem sabe. Afinal, possivelmente nem ela mesma saberia o motivo de ficar embaixo de uma árvore. Se tinha um motivo, continua com ela, guardado.
por Gabi.